Autor(es): Organizadores: Cássio Eduardo Soares Miranda e Mara Viana de Castro Sternick
ISBN v. impressa: 978989712774-8
ISBN v. digital: 978655605537-4
Encadernação: Capa mole
Número de páginas: 212
Publicado em: 31/03/2021
Idioma: Português Brasileiro
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Freud nos disse sobre a Psicanálise e seus múltiplos interesses. Desde a sua constituição como instituição, estamos lidando com uma dicotomia curiosa: a psicanálise standard e a psicanálise aplicada. Se retomarmos a Psicanálise como método vamos ver que estes limites impostos à disciplina são apenas provocações advindas de outra epistemologia interessada no pragmatismo, e avaliações numéricas de resultados, etc.
A Psicanálise como método é sempre extensão e intensão, como propõem os autores sob a coordenação de Cássio Eduardo Miranda e Mara Sternick. Neste livro em especial cotejaremos um dos clássicos interesses da Psicanálise, a Política e um dos seus novos interesses: o atendimento individual e coletivo da subjetividade, no âmbito das políticas públicas de saúde.
Aos que se interessam por esta extensão que tensiona a investigação da Psicanálise em direção ao coletivo e suas apresentações: o Estado, o laço social, a noção de representação e participação social, o presente texto é o banquete a ser saboreado. Como seria fazer clínica psicanalítica neste contexto? Ela estaria afeita a responder às demandas das políticas públicas de saúde? Como lidar com ideais como bem-estar geral, integralidade e equidade num espaço otimizado, racionalizado e hierarquizado de atendimento? A Psicanálise não teme impasses, e também não recua diante de contraditórios. É justo aí que ela elabora possibilidades, delimitando relações e estabelecendo diferenças.
Podemos dizer que o analista não atua na direção da identificação, de dizer para um sujeito o que ele deve ou não fazer, mas, ao contrário, o analista atua no questionamento dos significantes que até então serviram de pontos de identificação ao sujeito. Ao pensarmos a proximidade provocadora da Psicanálise com a Política e a Saúde Pública, estamos a pensar na Ética. Desde Freud, construções conceituais tais como identificação, mal-estar na cultura, satisfação e final de análise estão abertas à influência do Outro, à vida na cidade e às relações de poder e suas forças alienantes. Nesta posição, o psicanalista não deve ceder ao desejo, e ao que ele tem de subversivo contra a afirmação de ideais. Movido pela Ética da Psicanálise, necessariamente deverá sustentar uma intenção, implicada também na produção de um discurso capaz de fazer laço social, mas de modo diverso daquele que busca ou oferece a felicidade, ou a submissão apascentada ao mestre. É nessa teoria dos discursos que a partir da Psicanálise reencontraremos a Política e suas possibilidades.
Helio Lauar
Psiquiatra. Mestre em Psicologia Social — UFMG.
ORGANIZADORES
CÁSSIO EDUARDO SOARES MIRANDA
Psicanalista, psicólogo e professor permanente do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Atualmente coordena o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas em Psicanálise, Educação e Contemporaneidade da UFPI e o Núcleo de Estudos Lacanianos (NEL), na cidade de Teresina/PI.
MARA VIANA DE CASTRO STERNICK
Psicanalista, psicóloga. Mestre e Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Pesquisa e Clínica em Psicanálise do IP/ UERJ.
COLABORADORES:
Alexandre Simões
Daniele Stange Calente
Eliane Maria Almeida Costa e Silva
Elisa Arreguy Maia
Elza Machado de Melo
Franca Carolina Bruno
Gesianni Amaral Gonçalves
Gilda Paoliello
Jacques Akerman
Jeanne D’arc de Carvalho
Julia Cristina Tosto Leite
Júnia Diniz Silveira Pimentel
Kátia de Oliveira Mariás
Mara Viana de Castro Sternick
Marcela Baccarini Pacífico Grecco
Márcia Amaral Montezuma
Mario Eduardo Costa Pereira
Paula Dias Moreira Penna
Rodrigo da Cunha Pereira
Stélio Lage Alves
CONSIDERAÇÕES INICIAIS, p. 13
INTRODUÇÃO - Regina Teixeira da Costa, p. 15
PARTE 1 - CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS, p. 19
O LUGAR LÓGICO DO SUJEITO NA CLÍNICA MÉDICO-PSIQUIÁTRICA - Mario Eduardo Costa Pereira, p. 21
A DEPRESSÃO COMO RESPOSTA SOCIAL - Stélio Lage Alves, p. 29
REFLEXÕES SOBRE A SAÚDE MENTAL E A PSICANÁLISE HOJE - Eliane Maria Almeida Costa e Silva, p. 37
DE EROS AO PATHOS A LINHA TÊNUE ENTRE RAZÃO E A LOUCURA NA MELANCOLIA - Mara Viana de Castro Sternick, p. 41
PARANOIA E DEFESAS OBSESSIVAS (ARTICULAÇÕES ENTRE PSIQUIATRIA E PSICANÁLISE PARA UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL) - Gilda Paoliello, p. 65
PSICANÁLISE E SAÚDE MENTAL: AS VICISSITUDES DE UMA CLÍNICA DA FORACLUSÃO - Júnia Diniz Silveira Pimentel / Mara Viana de Castro Sternick / Marcela Baccarini Pacífico Grecco, p. 75
PARTE 2 - TRANSFERÊNCIA E PSICOSE, p. 87
CRÔNICA DE UM FIM ANUNCIADO: A CONTROVÉRSIA ENTRE FREUD E JUNG SOBRE A TEORIA DA LIBIDO E AS CONSEQUÊNCIAS PARA A CLÍNICA DA PSICOSE - Kátia de Oliveira Mariás, p. 89
A POSIÇÃO DO ANALISTA E A TRANSFERÊNCIA NA CLÍNICA DAS PSICOSES - Elisa Arreguy Maia / Jeanne D’arc de Carvalho, p. 101
PSICOSE, AINDA. - Elisa Arreguy Maia / Jeanne D’arc de Carvalho, p. 107
PARTE 3 - POLÍTICAS PÚBLICAS, PSICANÁLISE E JUDICIÁRIO, p. 113
O EXERCÍCIO DA CLÍNICA ORIENTADA PELA PSICANÁLISE NAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS: CIDADÃO E SUJEITO - Jacques Akerman, p. 115
A ÉTICA PSICANALÍTICA NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL: CAMINHOS DO ACOLHIMENTO DE UM DIZER - Julia Cristina Tosto Leite, p. 121
DO ATO À TRAVESSIA: SOBRE PONTES E CIDADES - Franca Carolina Bruno, p. 131
A ANÁLISE DO BRINCAR NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SOB A LUZ DA PSICANÁLISE - Daniele Stange Calente, p. 141
PSICANÁLISE EM EXTENSÃO: DA SAÚDE MENTAL AO JUDICIÁRIO - Márcia Amaral Montezuma / Rodrigo da Cunha Pereira / Elza Machado de Melo, p. 153
PARTE 4 - TRANSMISSÃO, ENSINO, p. 171
CONCEITOS, PRÁTICA E ESTILO - Alexandre Simões / Gesianni Amaral Gonçalves, p. 173
A SUPERVISÃO CLÍNICO-INSTITUCIONAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: O QUE SE TRANSMITE? - Paula Dias Moreira Penna, p. 179
REFERÊNCIAS, p. 187
SOBRE OS AUTORES, p. 201