Autor(es): Jónatas E. M. Machado e Iolanda A. S. Rodrigues de Brito
ISBN v. impressa: 978989712385-6
ISBN v. digital: 978853625984-0
Encadernação: Capa mole
Número de páginas: 142
Publicado em: 06/07/2016
Idioma: Português
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O acionamento judicial persistente contra jornalistas e órgãos de comunicação social tende a produzir um efeito inibidor da liberdade de imprensa, sem prejuízo de o processo judicial poder vir a encerrar com uma condenação ou absolvição. Essa litigância reiterada desencadeia prejuízos consistentes, em primeira linha, nos custos econômicos inerentes à defesa, nos riscos associados ao (in)sucesso processual e nos transtornos subjacentes às constantes deslocações aos tribunais, tanto mais grave se as informações divulgadas forem verdadeiras e de relevante interesse público, independentemente de serem ofensivas da reputação de uma figura pública.
Numa época em que a comunicação social enfrenta graves dificuldades de índole econômico-financeira, fica seriamente exposta a atividade jornalística (em especial, o jornalismo de investigação), quando relacionada com o combate às cifras negras da corrupção, que ameaça as instituições democráticas.
A garantia do direito à proteção jurídica efetiva não pode descurar uma preocupação atinente ao uso abusivo dos meios de tutela jurídica, em matéria de ofensas à honra de figuras públicas. Nesta senda, os tribunais são, por vezes, instrumentalizados para prosseguir finalidades contrárias ao Direito, sob o pretexto de defender reputações que, na realidade, não carecem de proteção, pois o que essas figuras públicas pretendem é fazer com que os tribunais profiram decisões que sirvam de biombo para continuar a esconder a prática de atos censuráveis e até mesmo ilícitos.
Deste modo, logram obter censura judicial, consubstanciada, nomeadamente, em obrigações de indenizar inflacionadas, sanções pecuniárias compulsórias exorbitantes, providências cautelares que ordenam a remoção de determinados conteúdos informativos ou a abstenção de publicação de certas notícias. Por conseguinte, impõe-se assegurar que as leis de difamação protegem somente as reputações merecidas, distinguindo-se entre difamações e pseudodifamações de figuras públicas.
JÓNATAS E. M. MACHADO
Professor Público da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Portugal, e Membro da Direção do Instituto Ius Gentium Conimbrigae – Centro de Direitos Humanos. Ao longo dos anos tem lecionado e escrito livros e artigos nas disciplinas de Direito Constitucional, Direito Internacional, Direito da União Europeia e Direito Tributário. Também tem vários livros sobre liberdade religiosa, liberdade de expressão e direito da mídia.
IOLANDA A. S. RODRIGUES DE BRITO
Obteve o grau de Mestre (Pré-Bolonha) em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Portugal, com a dissertação Liberdade de Expressão e Honra das Figuras Públicas, sob a orientação do Professor Doutor Jónatas Machado. A tese foi publicada, em 2010, pela Wolters Kluwer/Coimbra Editora, que publicou ainda, em 2012, o seu livro intitulado Crime de Falso Testemunho Prestado Perante Tribunal. Em 2013, escreveu, em coautoria com o mesmo Professor, o livro Curso de Direito da Comunicação Social, publicado pela Wolters Kluwer Portugal. No mesmo ano, realizou o Summer Course subordinado ao tema International Journalism and Society, na London School of Economics and Polical Science. É Pós-Graduada em Direito da Comunicação pelo Instituto Jurídico da Comunicação da Universidade de Coimbra, Portugal. É Advogada. Em 2012, realizou um estágio no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, sob a supervisão do Dr. Abel de Campos.
Capítulo 1 INTROITO, p. 9
PARTE I - DIFAMAÇÃO DE FIGURAS PÚBLICAS, p. 15
Capítulo 2 PINÁCULOS DO PROBLEMA JURÍDICO, p. 17
I Liberdade de Expressão, p. 17
1 Fundamentos constitucionais, p. 20
1.1 Expressão individual e coletiva, p. 20
1.2 Cidadania, p. 22
1.3 Princípio democrático, p. 23
1.4 Princípio do Estado de direito, p. 24
1.5 Princípio anticorrupção, p. 25
1.6 Princípio do localismo, p. 27
2 Princípio da proibição da censura, p. 29
3 A liberdade de informação e a mídia, p. 30
II Honra, p. 32
III Figuras Públicas, p. 34
Capítulo 3 PRINCÍPIO DE PONDERAÇÃO ENTRE BENS JURÍDICOS, p. 39
I Imputações de Facto e Juízos de Valor, p. 40
II O Interesse Público, p. 41
1 Preservação da esfera de discurso público, p. 42
2 Mercado livre das ideias, p. 42
3 Discussão robusta, aberta e desinibida, p. 43
III A Verdade do Facto Imputado, p. 44
IV O Erro sobre a Verdade do Facto: o Cumprimento do Dever de Informação, p. 45
V Base Factual Suficiente, p. 46
PARTE II - TUTELA JURÍDICA, p. 47
Capítulo 4 PROTEÇÃO JURÍDICA EFETIVA, p. 49
Capítulo 5 ABUSO DOS MEIOS DE TUTELA JURÍDICA, p. 51
Capítulo 6 PRINCÍPIO DE PREFERÊNCIA DOS MEIOS MENOS GRAVOSOS, p. 53
Capítulo 7 OS MEIOS DE TUTELA JURÍDICA, p. 59
I Direito de Resposta e de Retificação, p. 59
II Mecanismos de Reação Civis, p. 62
1 Reparação judicial dos danos, p. 63
1.1 Princípio de reparação "in natura", p. 63
1.2 Indemnização pecuniária, p. 64
1.2.1 Danos patrimoniais, p. 65
1.2.2 Danos não patrimoniais, p. 65
1.2.2.1 O artigo 10.º da CEDH e os princípios postulados pelo TEDH, p. 66
1.2.2.2 Critérios orientadores, p. 69
1.2.2.3 Indemnizações punitivas: um chilling effect negativo?, p. 73
1.2.2.4 Indemnizações simbólicas ou nominais, p. 87
2 Publicação de decisão judicial condenatória, p. 89
3 Abstenção de publicação de determinadas notícias, p. 91
4 Sanção pecuniária compulsória, p. 91
III Mecanismos de Reação Penais, p. 93
1 Princípio da subsidiariedade da intervenção penal, p. 94
2 O crime de difamação, p. 95
IV Instrumentalização Estratégica de Meios Processuais Civis e Penais, p. 98
1 Providências cautelares e tutela urgente, p. 101
1.1 Abstenção de publicação de determinadas notícias, p. 104
1.2 Remoção de notícias e artigos online e impressos, p. 105
1.3 Caução e sanção pecuniária compulsória, p. 107
2 Buscas e apreensões, p. 109
Capítulo 8 CONCLUSÕES, p. 113
Capítulo 9 BIBLIOGRAFIA, p. 119