Autor/Autores: Valério Bexiga
ISBN v. impressa: 978989712378-8
ISBN v. digital: 978652630958-2
Encuadernación: Tapa blanda
Número de páginas: 420
Publicado el: 24/05/2016
Idioma: Português
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Texto em Português Lusitano
Na presente obra a abordagem histórica do processo de Jesus é feita através da perspectiva de um jurista. A tónica é colocada:
Na enumeração e exegese das fontes históricas, a começar pelas referentes à própria existência e qualificação de Jesus de Nazaré;
No estudo técnico-jurídico dos ramos de Direito Penal, Processo Penal e Organização Judiciária das Ordens Jurídicas hebraica e romana, vigentes na Província da Judeia na primeira metade do século I;
No apuramento dos factos, alegadamente criminosos, de Jesus e respectiva subsunção jurídica, que constituíram a fundamentação de facto e de direito da “sentença” condenatória de Pilatos.
Nos pontos fundamentais de divergência dos tratadistas, procurou-se sopesar o argumentário de cada corrente de opinião controvertida e, na sequência, fundamentar a solução proposta.
A metodologia seguida foi a do silogismo judiciário em que as premissas conducentes à conclusão assentam, a maior na vertente jurídica e a menor na componente fáctica. Àcerca daquela e desta não se debitou nenhuma afirmação que não tivesse respaldo nas atinentes fontes, expressas, ou no próprio texto, ou em nota correspondente. Para alívio da estrutura daquele, deu-se privilégio a estas, determinando que a obra faça estendal de quase três milheiros de notas.
VALÉRIO BEXIGA
O autor nasceu em 18 de Outubro (oficialmente, em 30 de Setembro) de 1937, numa pequena localidade do barrocal algarvio (Bordeira), do concelho de Faro, no seio de uma família pobre e numa época benzida do diabo com a unção da fome, do medo e da guerra. Estava fadado por ficar-se com a ciência obtida dos bancos da escola primária e da taberna secundária, quando a sua canhestrez na aprendizagem do ofício de carpinteiro e uma doença pulmonar grave o levaram a verificar-se “órfão” de estudos e de modo de vida, aos dezoito anos de idade. Com o suporte de sua mãe (uma heroína!) lançou-se na faina de um curso liceal intensivo e, na sequência, do curso de Direito — então, o único que permitia o voluntariado. Terminados os estudos, abriu escritório na cidade de Faro, onde, durante quase meio século, desempenhou o múnus de advogado de pão incerto, com “pouca bandeira e menos caldeira”. Desempenhou cargos diversos na Ordem dos Advogados a qual, paternalisticamente, lhe conferiu algumas distinções. Quando o “próximo” era a História, amou-o como a si mesmo, embora nunca passasse de um triste amador. Da união da História, por amor, com o Direito, por dever, nasceu o interesse pelo estudo do Processo de Jesus Nazareno, interesse que o persegue desde data a que memória de Homem não chega.
LISTA DE FIGURAS, p. 11
CITAÇÕES CONVENCIONAIS DAS FONTES, p. 13
INTRODUÇÃO, p. 15
CONCEITOS E INSTITUIÇÕES JUDAICOS, p. 21
PROFECIA-APOCALIPSE-ESCATOLOGIA-SOBREVIDA, p. 23
MESSIAS E SUAS CARACTERÍSTICAS, p. 32
I PRIMEIRA FASE, p. 35
O Ungido Messiânico, p. 37
Origem da Espera Messiânica, p. 37
O Tempo da Vinda do Messias, p. 41
O Livro de Isaías, p. 46
1 — O Messias Guerreiro, ou Davídico, p. 49
2 — O Messias Sofredor e Humilde, p. 62
II SEGUNDA FASE, p. 67
Literatura de Qumran, p. 68
Instituição dos Dois Messias, p. 69
3 — Regra da Comunidade, p. 71
4 — Documento de Damasco, p. 71
5— Regra Messiânica, p. 72
Instituição de um só Messias com Duas Funções, p. 74
1 — Instituição de um Só Messias Renovador, p. 76
2 — Servo Sofredor, p. 76
3 — O Messias Militar, p. 81
Literatura Rabínica, p. 85
1 — Testamento dos XII Patriarcas, p. 86
1) Texto Original, p. 86
2) Texto Interpolado, p. 90
2 — Salmos de Salomão, p. 91
3 — Parábolas (ou Sonhos) de Enoc, p. 95
4 — Literatura de Origem Indefinida — Oráculos, p. 105
O CONCEITO COMUM DE MESSIAS, p. 109
O MESSIAS DO NOVO TESTAMENTO, p. 117
O JUÍZO DE JESUS SOBRE A SUA MISSÃO, p. 129
A Curas miraculosas, p. 156
B Ressurreição dos mortos, p. 161
C Boa-Nova, p. 162
a — Perdão dos Pecados, p. 163
b — Senhor do Sábado, p. 167
c — Outros sinais de alteração da Lei, p. 169
1) Circuncisão, p. 169
2) Licitude do Divórcio, p. 172
3) Auxílio a Inimigos, p. 174
4) Juramento (Regime), p. 177
5) Baptismo, p. 178
Conclusão, p. 182
D Anúncio da Boa-Nova, p. 182
1) Introdução, p. 182
2) Precisão e Fundamentação do Conceito da Boa-Nova, p. 184
Conclusão, p. 196
A ORIGINAL MISSÃO ATRIBUÍDA A JESUS, p. 199
A FEIÇÃO PROFANA DO MESSIAS, p. 205
Quanto à Profecia referente ao Messias, p. 207
Quanto ao Oráculo referente ao Messias, p. 211
ENVOLVENTE HISTÓRICA DO MOVIMENTO DE JESUS, p. 219
CONSIDERAÇÕES GERAIS, p. 219
ESTATUTO DAS PROVÍNCIAS ROMANAS, p. 225
NATUREZA DA TUTELA PALESTINIANA, p. 227
MONARQUIA DE HERODES, p. 229
FACTOS SEQUENTES À MORTE DE HERODES, p. 238
GALILEIA E PEREIA — Tetrarquia de Antipas, p. 241
JUDEIA, SAMARIA E IDUMEIA — Etnarquia, p. 245
PROVÍNCIA ROMANA, p. 247
Exercício do Poder Administrativo, p. 255
ENQUADRAMENTO SÓCIO-INSTITUCIONAL, p. 259
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA, p. 262
GRANDE SINÉDRIO DE JERUSALÉM, p. 264
COMPETÊNCIAS JUDICIAIS DO GRANDE SINÉDRIO, p. 273
1— Competência em Razão do Lugar, p. 274
2 — Competência em Razão do Carácter Pessoal da Lei, p. 282
3— Competência em Razão da Hierarquia, p. 283
4— Competência em Razão da Matéria, p. 287
5— Competência em Razão da Especialidade, p. 298
a) Competência de Jurisdição Capital sobre os judeus, p. 299
b) Competência de Jurisdição Capital de incidência indescriminada, p. 305
1) Acesso de Gentios à Área Reservada do Templo, p. 305
2) Roubo do imposto enviado ao Templo, p. 309
Conclusão, p. 316
COMPOSIÇÃO DO SINÉDRIO, p. 317
a) Sumo-Sacerdote em Exercício, p. 318
b) Outros Sacerdotes, p. 322
c) Anciãos, p. 327
d) Fariseus e Escribas, p. 330
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO SINÉDRIO, p. 337
SINÉDRIO COMO TRIBUNAL, p. 341
PROCESSO PENAL JUDEU, p. 352
A — Dias de Sessão da Audiência de Julgamento, p. 352
B — Proibição Laboral Sabática, p. 354
a) Penalização da Inobservância do Descanso Sabático, p. 357
b) Extensão do Preceito Sabático à Páscoa/Ázimos, p. 362
c) Actividade Judicial Sujeita ao Descanso Sabático, p. 366
C — Interdição de Julgamento depois do Entardecer, p. 370
D — Natureza Acusatória do Processo, p. 372
E — Característica do Elemento Subjectivo do Crime, p. 374
F — Dupla Sessão de Julgamento e Escrutínio Decisório, p. 375
G — Natureza e Eficácia dos Meios de Prova, p. 377
H — Prolação da Sentença, p. 382
PENAS DO DIREITO HEBREU, p. 384
Crucificação como Pena do Direito Hebreu, p. 391
Ponderação dos Argumentos Favoráveis à Pena de Crucificação, p. 394
Ponderação dos Argumentos Contrários à Pena de Crucificação, p. 406
