Autor(es): Fernando de Castro Fontainha
ISBN: 978989712244-6
Encadernação: Capa dura + Sobrecapa
Número de páginas: 560
Publicado em: 07/11/2013
Idioma: Português Brasileiro
A França de nossos dias não conhece meio de seleção de pessoal mais legítimo que o concurso público e, desde 1958 este meio de seleção tornou-se também o meio, por excelência, de recrutamento do corpo da magistratura. Entretanto, o estado atual da sociologia deste grupo profissional não responde à questão: "como se tornar magistrado na França?" levando em conta o concurso. Muitos trabalhos foram consagrados à escolarização na ENM, bem como à socialização profissional dos magistrados.
As respostas acadêmicas explicam mais largamente os processos de seleção social. A resposta determinista explicará os processos de seleção social pelas determinações estruturais ligadas à herança de competências, vindas sobretudo da origem de classe e do percurso escolar. A resposta compreensiva explicará as competições e seleções por um tipo de "efeito-espelho" existente entre selecionadores e selecionados.
Através do uso de uma sociologia interacionista e de uma abordagem multi-metodológica, a pesquisa aqui proposta tentará valorizar a interação entre preparadores, jurados e candidatos, assim como os particulares contextos dentro dos quais se desenrolam as diferentes provas como fonte maior de uma outra resposta à questão: "como se tornar magistrado na França?". Por enquanto, ao invés de descartá-lo, é necessário se apegar à tautologia segundo a qual "os concursos selecionam aqueles que melhor se preparam para os concursos".
Fernando de Castro Fontainha
Doutorado em Ciência Política pela UM1 - Université de Montpellier 1. Mestre em Sociologia e Direito pela UFF - Universidade Federal Fluminense. Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor da Escola de Direito da FGV - Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro. Pesquisador do CJUS - Centro de Justiça e Sociedade, e Pesquisador Associado do CEPEL - Centre d`Études Politiques de l`Europe Latine (UMR5112).
LÉXICO DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS, p. 33
APRESENTAÇÃO E PLANO DE REDAÇÃO, p. 37
TEORIA E MÉTODO, p. 43
1 A Construção do Objeto, p. 43
1.1 Um Ponto Cego?, p. 45
1.1.1 Usos da história do recrutamento, p. 47
1.1.2 Recrutamento burocrático, juiz funcionário, p. 56
1.1.3 O mérito, qual legitimidade?, p. 60
1.1.4 Uniformização das práticas e espírito de corpo, p. 64
1.1.5 Então, como tornar-se juiz?, p. 70
1.1.6 Uma literatura " prépa", p. 78
1.1.7 Estabelecer o recrutamento de juízes como objeto de pesquisa, p. 81
1.2 Da Reprodução à Interação, p. 84
1.2.1 Uma teoria da meritocracia?, p. 84
1.2.2 A competição dos agentes em Bourdieu, p. 87
1.2.3 As críticas de Raynaud, Boudon, Lahire e Boltanski, p. 99
1.2.4 A competição de atores no construtivismo, p. 104
1.2.5 Para um enfoque teórico, p. 117
2 A Construção de Um Método, p. 120
2.1 O Interacionismo Estratégico e a Metáfora do "Jogo", p. 121
2.1.1 O jogo da matemática à sociologia, p. 121
2.1.2 Goffman e o âmbito do teatro (interação cotidiana), p. 123
2.1.3 Da interação cotidiana à interação focalizada, p. 128
2.1.4 Goffman e o âmbito do jogo (interação estratégica), p. 131
2.1.5 Um modelo para a sociologia de um concurso público?, p. 139
2.2 O Trabalho de Campo, p. 142
2.2.1 Posturas de pesquisa de um brasileiro na França, p. 143
2.2.2 Primeiros atos de pesquisa, p. 147
2.2.3 Uma abordagem pelo "alto", p. 152
2.2.4 Outros atos de pesquisa, p. 158
2.2.5 Outras fontes, p. 163
2.2.6 Algumas falhas., p. 163
2.2.7 Para citar fontes: um index de abreviaturas, p. 165
2.2.8 "Compreender" o concurso?, p. 168
3 Conclusão da Parte Introdutória, p. 170
CANDIDATOS E BANCA: ANALISAR DUAS POPULAÇÕES, p. 179
1 Um Concurso e Seus Candidatos, p. 179
1.1 O Primeiro Concurso "Ofici al", p. 179
1.1.1 O primeiro concurso "para os leigos", p. 180
1.1.2 A seletividade do primeiro concurso, p. 186
1.1.3 A incontornável feminização, p. 194
1.1.4 Um modo de recrutamento entre outros, p. 205
1.2 O Primeiro Concurso "Oficioso", p. 208
1.2.1 750 dossiês: uma amostragem, p. 209
1.2.2 Vestígios identitários, p. 214
1.2.3 Um concurso de mobilidade, um concurso parisiense, p. 222
1.2.4 O Master 1: indícios universitários, p. 229
1.2.5 Os testes e seus resultados, p. 239
1.2.6 Depurar para melhor recrutar?, p. 241
2 Um Concurso sua Banca, p. 243
2.1 Recrutar os Recrutadores, p. 243
2.1.1 Recrutar magistrados, p. 247
2.1.2 Recrutar os conselheiros de Estado, p. 251
2.1.3 Recrutar os professores de direito, p. 254
2.1.4 "Formar" uma banca?, p. 257
2.2 Magistrados, Acadêmicos e Conselheiros de Estado, p. 263
2.2.1 Juízes e professores de direito, p. 263
2.2.2 Juristas e conselheiros de Estado, p. 280
2.2.3 Uma banca e seus desafios, p. 287
CANDIDATOS E BANCA EM (INTER)AÇÃO, p. 293
1 Preparação da Competição, p. 293
1.1 Preparar um Dossiê, p. 294
1.1.1 "Contar" com um dossiê, utilizar um dossiê, p. 294
1.1.2 Inquéritos policiais e objetivação da "moralidade", p. 306
1.1.3 Notas, diplomas, menções: a objetivação do mérito, p. 311
1.1.4 Estratégia e controle de impressões: de atores a jogadores, p. 314
1.1.5 Dossiês: símbolos queveiculam informações, p. 316
1.1.6 Uma sociologia profana do direito: por que tornar-se um juiz?, p. 319
1.2 A " Prépa Propriamente Dita", p. 323
1.2.1 Preparar (já) os melhores: pré-selecionar, p. 325
1.2.2 A objetivação da motivação, p. 330
1.2.3 Preparar-se para a fase escrita, p. 343
1.2.4 Preparar a cultura geral na fase oral, p. 354
1.2.5 Preparar de outra forma, p. 367
1.2.6 Preparar-se em função de uma banca, p. 376
1.2.7 A utilização da imprensa, p. 385
1.2.8 Um debriefing em Montpellier, p. 391
2 Prestar o Concurso: os Exames Orais, p. 408
2.1 Falemos do Grand Oral, p. 410
2.1.1 Conhecer sua banca, p. 410
2.1.2 As questões de expressão, p. 421
2.1.3 Atestar: estratégia e auto-controle, p. 427
2.1.4 As bodas de Fígaro: um retrato da cultura geral, p. 436
2.1.5 A inacessível deliberação, p. 446
2.2 Os Exames Orais em Ação, p. 450
2.2.1 Os locais e a circulação, p. 452
2.2.2 A sala de espera das provas orais técnicas: um campo difícil, p. 460
2.2.3 Candidatos e jurados interagem nas provas orais técnicas, p. 466
2.2.4 A sala de espera do grand oral, p. 473
2.2.5 Os candidatos e suas apresentações no grand oral, p. 477
2.2.6 Candidatos e jurados interagem no grand oral, p. 485
CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS, p. 517
REFERÊNCIAS, p. 523
PLANTAS E MAPAS, p. 535