Autor/Autores: Bruna da Penha de Mendonça Coelho
ISBN v. impressa: 978989712654-3
ISBN v. digital: 978853629264-9
Encuadernación: Tapa blanda
Número de páginas: 172
Publicado el: 12/11/2019
Idioma: Português Brasileiro
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O samba é a reinvenção da vida – não no sentido de escape do real, mas, sim, no sentido de construção (material e cotidiana) de novas realidades. Múltiplas revoluções ecoam no vaivém frenético de um tamborim, secando o choro de cavacos e cuícas. Com o samba, aquele que agoniza e não morre, quando canta a alvorada, ninguém sente dissabor. O tambor, a cada vez que ecoa em compasso binário, recobra a batida do peito de quem nunca se calou, e cuja voz ressoa pela boca incansável dos que continuam sem se calar.
Esse tambor segue resistindo a todas as formas de opressão e escancarando o cinismo de um modo de vida fundado na subjugação e na exploração do homem pelo homem. Segue reinventando a luta (dos que se foram e dos que ficam) pelo fim da barbárie que tentam nos vender como normal. A cultura popular, através da produção de discursos contra-hegemônicos, encarna a potencialidade de contestar o verniz ideológico das abstrações de igualdade que ocultam as assimetrias materiais, conferindo-se especial atenção, nesta obra, à crítica à tese da descentralização do trabalho vivo na sociedade contemporânea.
BRUNA DA PENHA DE MENDONÇA COELHO
Mestra em Teoria e Filosofia do Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e graduada em Direito pela mesma instituição. Professora substituta de Prática Jurídica Trabalhista da Faculdade Nacional de Direito (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Possui textos acadêmicos e literários publicados, dentreos quais o romance Do outro lado da Alcântara: Devaneios quase póstumos (Juruá Editora, 2016).
CONSIDERAÇÕES INICIAIS: SAMBA E TRABALHO, PAIS DO PRAZER E FILHOS DA DOR, p. 15
1 SAMBA E RESISTÊNCIA, p. 35
1.1 Formação da Classe Trabalhadora e do Samba Urbano Cariocas: o Tambor que Resistiu à Escravidão, p. 37
1.2 Perseguição e Marginalização: o Passado que Nunca Deixou de Ser Presente, p. 41
1.3 ´Eu Tenho Orgulho em Ser Vadio´: Resistência à Perseguição Histórica e ao Disciplinamento do Gênero Musical e do Trabalho, p. 44
1.4 O Malandro Regenerado e o Projeto Industrializante do Estado Novo, p. 47
1.5 Escolas de Samba, p. 50
1.5.1 Surgimento das primeiras escolas de samba cariocas, p. 50
1.5.2 ´Vão Acabar com a Praça Onze´, mas guardai os pandeiros, p. 53
1.5.3 ´Super Escolas de Samba S/A´. que covardia!, p. 55
1.6 O Controle Oficial e o Controle do Capital: Duas Faces da Mesma Moeda, p. 59
2 O MITO DO FIM DA CENTRALIDADE DO TRABALHO, p. 65
2.1 Crise do Fordismo e Ascensão Neoliberal, p. 65
2.2 A Centralidade do Trabalho Vivo e o Mito de sua Superação, p. 68
2.2.1 A amplitude do conceito trabalho: da atividade vital consciente à alienação, p. 68
2.2.2 Reprodução do capital: extração de mais-valor e as íntimas relações entre capital financeiro e capital produtivo, p. 70
2.2.3 Avanço tecnológico: diminuição do trabalho ou aumento do controle?, p. 74
2.2.4 Crise da sociedade do trabalho? O giro antiprodutivista do pensamento social na Europa e a ideologia (neo)liberal, p. 77
2.2.5 A importação da ideologia da crise da sociedade do trabalho e seu reflexo nas investidas neoliberais no contexto sociopolítico brasileiro, p. 85
2.3 O Movimento de Desregulamentação do Trabalho no Brasil, p. 90
2.3.1 Dinâmica das relações de trabalho brasileiras no último quarto do século XX e seus reflexos no contexto hodierno: o alastramento da precarização, p. 90
2.3.2 A assim chamada reforma trabalhista brasileira, p. 96
3 A CONTESTAÇÃO DO DISCURSO DE CRISE DA SOCIEDADE DO TRABALHO PELO SAMBA, p. 103
3.1 Bezerra da Silva e a Voz dos Despossuídos, p. 105
3.2 Candeia e a Crítica das Promessas Liberais, p. 110
3.3 Samba do Trabalhador: um Samba-Trabalho às Segundas-Feiras, p. 116
3.4 Carnaval e Potência Contestatória, p. 119
3.4.1 ´Trabalhar, Eu Não´: a irreverência da marchinha, p. 119
3.4.2 Samba-enredo, p. 124
3.4.3 Paraíso do Tuiuti: desfile de 2018, p. 128
4 ´PRA TUDO SE ACABAR NA QUARTA-FEIRA´?, p. 133
CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 139
REFERÊNCIAS, p. 147
APÊNDICE: DISCOGRAFIA, p. 151