Autor/Autores: Flávio José Moreira Gonçalves
ISBN v. impressa: 978989712623-9
ISBN v. digital: 978853629103-1
Encuadernación: Tapa blanda
Número de páginas: 170
Publicado el: 21/08/2019
Idioma: Português Brasileiro
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A tradição antropocêntrica da ética ocidental tornou-se incapaz de resolver os grandes dilemas morais oriundos do progresso da civilização científico-tecnológica. O advento da pós-modernidade, com suas incertezas e perplexidades provocadas pelas teorias científicas abaladoras da visão que o homem tinha do mundo e de si mesmo, alterou substancialmente a forma como nos relacionamos com o meio ambiente. A estes fatores somam-se os extraordinários progressos da pesquisa científica, sobretudo nas áreas da física quântica, da engenharia genética e da nanotecnologia. Se o paradigma ético da modernidade, erigido a partir dos postulados da mecânica clássica e inspirado largamente nas categorias de Descartes, Bacon e Kant, concebia a relação homem-natureza como uma relação de dominação, produzindo a separatividade entre homem e natureza, sujeito e objeto, corpo e alma, mente e espírito, ser e dever ser, a crise da epistemologia cartesiano-newtoniana tem conduzido a uma nova visão de mundo, a uma nova cosmologia, mais sistêmica e menos fragmentária.
O desenvolvimento científico-tecnológico está a revelar cada vez mais a complexidade dos sistemas vivos e das suas relações. A filosofia não pode ficar alheia a estas novas configurações do saber. Isto põe a exigência de uma ética universal e solidária que se estabeleça também no domínio da pesquisa científica, adequada à civilização tecnológica e nascida a partir do diálogo entre as diversas formas de conhecimento, já que as tecnologias advindas da pesquisa estão afetando significativamente o nosso meio ambiente, pondo em risco a subsistência da biosfera. É nesta perspectiva que se situa a ética da responsabilidade, de Hans Jonas. Procuramos discutir em que medida a ética da responsabilidade é capaz de solucionar a carência de uma ética planetária, que repense a relação homem-natureza, contribuindo para salvar Gaia da destruição e elevando as ciências ao patamar de saberes nos quais a técnica não suplante a necessidade de preservar os valores fundamentais, entre os quais a integridade da vida, em qualquer das suas múltiplas e diversificadas formas.
FLÁVIO JOSÉ MOREIRA GONÇALVES
Doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Mestre em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Bacharel e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Ceará – UFC, com aperfeiçoamento no Corso di Alta Formazione in Giustizia Constituzionale e Tutela Giurisdizionale dei Diritti, realizado na Università degli Studi di Pisa (UniPi/Itália). Leciona, atualmente, em cursos de graduação e pós-graduação da UFC, e nos cursos de formação inicial e continuada de juízes da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará – Esmec. Tem experiência profissional como Analista Judiciário Adjunto do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará – TJCE, instituição na qual exerceu a função de Assessor Pedagógico da Esmec, quando foi coordenador acadêmico de várias turmas e cursos de pós-graduação lato sensu, no período de 2005 a 2012, chegando a participar do Grupo de Trabalho sobre avaliação de escolas de magistratura, constituído pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Enfam, instituição na qual também é credenciado como formador. Foi Diretor de Educação Corporativa e Coordenador de Educação Corporativa do Tribunal de Justiça do Ceará – TJCE, e é, atualmente, Diretor Pedagógico da Esmec, liderando o Grupo de Pesquisa “Dimensões do Conhecimento do Poder Judiciário”. Atua, como professor convidado, em cursos de especialização da Universidade Estadual Vale do Acaraú – Uva, e da Escola Superior do Ministério Público do Estado do Ceará – ESMP. Publicou capítulos de livros em coletâneas, em algumas das quais atuou como organizador ou coorganizador. Tem publicado vários artigos em periódicos especializados e participado em eventos regionais, nacionais e internacionais, seja como ouvinte, palestrante ou debatedor. Atuou como tutor em cursos na modalidade EaD ofertados pela Escola de Gestão Pública – EGP e pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores do Poder Judiciário – CEAjud. Fundador e coordenador docente do Núcleo Interdisciplinar em Direito e Dramaturgia – Nididra, e do Grupo Transdisciplinar de Estudos Interinstitucionais – G-Teia. Participa do Grupo de Trabalho Hans Jonas, da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia desde a sua fundação e orienta trabalhos de conclusão de cursos de graduação e de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) nas áreas em que atua do Direito, da Filosofia e da Educação. Integra ainda os grupos de pesquisa “Filosofia dos Direitos Humanos” (UFC), “Hans Jonas” (PUCPR), “Enriquecimento Escolar e Promoção Cognitiva”(IFCE), nos quais colabora como pesquisador.
INTRODUÇÃO, p. 17
1 DAS DIFICULDADES EM ESTABELECER UM CRITÉRIO ÉTICO NA CONTEMPORANEIDADE, p. 23
1.1 Problematização: os desafios da contemporaneidade, p. 23
1.2 O conhecimento científico e as incertezas às quais os pesquisadores foram conduzidos após a crise do positivismo, p. 34
1.3 A exaustão do paradigma mecanicista, p. 44
1.4 Os riscos representados pelo relativismo, ceticismo e niilismo ético, p. 55
1.5 Algumas teorias que estão em jogo no estabelecimento da hegemonia do novo paradigma nas ciências, p. 58
1.6 As diferenciadas interpretações do problema pelos eticistas contemporâneos sob a óptica dos modelos ontológico e transcendental: as orientações teleológicas e deontológicas da ética, p. 62
2 A SUPERAÇÃO DAS ÉTICAS TRADICIONAIS NA PERSPECTIVA DA ÉTICA DA RESPONSABILIDADE, p. 71
2.1 Pressupostos Teóricos e Metodológicos, p. 71
2.1.1 A Ética Eudaimonística, de Aristóteles, p. 75
2.1.2 A Ética do Dever, de Kant, p. 77
2.2 As limitações éticas do imperativo categórico: em busca de um novo imperativo, p. 81
3 A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE, DE HANS JONAS: PROPOSTA EM DISCUSSÃO, p. 83
3.1 Aptidão da Ética da Responsabilidade para enfrentar as incertezas que poderiam conduzir ao relativismo, ceticismo ou niilismo ético, p. 83
3.2 O Princípio Responsabilidade: seu fundamento ontológico e suas implicações éticas atuais nos domínios da ciência, p. 85
3.3 O Princípio Responsabilidade: análise da (in)consistência de seus argumentos, p. 95
3.4 A Ética da Responsabilidade, de Hans Jonas, p. 130
CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 135
REFERÊNCIAS, p. 139
ANEXOS, p. 143
Anexo A (Declaração de Veneza), p. 143
Anexo B (Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos), p. 146
Anexo C (A Carta da Terra), p. 152